sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Peregrinação nas Escolas

Este mês escolhemos para visitar as escolas das redondezas, com o objetivo de no ano que vem, transferir o Diogo para a escola eleita. Nosso propósito é buscar uma que se adeque às suas necessidades especiais. Já vimos de tudo. Mas o que elas têm em comum é o bendito ensino padronizado. Como fazer inclusão se as escolas insistem em se estagnar? A pública penso que seria a falta de vontade política, a falta de pessoal, a falta de material. E a particular? Seria falta de quê?? O que vejo é uma industria da educação, onde são fabricadas pessoas, todas padronizadas. Mas quando se menciona a inclusão, recebemos aquele discurso pronto: "Não queremos de forma alguma excluir o seu filho, mas o ensino aqui é muito conteudista. Não é que ele não esteja impedido de ficar aqui, mas não sabemos se ele vai acompanhar o ritmo. Nós alfabetizamos a criança a partir dos 4 anos de idade. É uma proposta diferente." 
Diferente aonde? A pior coisa é pular etapas na vida de uma criança e colocá-la com cadernos e livros didáticos em tão tenra idade. Assim, outras habilidades deixarão de serem desenvolvidas por causa desta ânsia na alfabetização precoce. Então eu disse: - "Esta escola não serve mesmo pra ele". Minha mãe, quando soube, disse que se estivesse lá diria que não serviria nem para uma criança com desenvolvimento típico. 
Em cada lugar que vou, ao falar com a coordenação em adaptar conteúdos e avaliações, os cabelos ficam em pé, os olhos se arregalam. Em cada lugar que vou, dizem que a vaga está preenchida, porque só admitem 1 criança especial por turma. Mas a lei estadual 6708/2014 é bem clara: a reserva de vagas é para 2 autistas por turma. Criam dificuldades em relação a isso e quando visito as dependências da escola e vejo as turmas, não percebo onde estão estas crianças especiais que lotam as reservas de vagas.
Fui até em uma Montessoriana, pensando que uma educação mais lúdica e concreta seria bom pro Diogo. Lá também encontro o mesmo papo mole de "inclusão sim, mas não tem vaga". A diretora disse que  tem fila de espera e ainda analisaria a necessidade da presença da mediadora.
A última que fui disse ser tradicional com o método de alfabetização da abelhinha . Até pesquisei, depois, essa proposta na internet. Foi muito usado na década de 70. Então, eu devo ter sido alfabetizada por esse método. Tenho vagas lembranças desse momento. Não sei se seria válido no caso do autismo. Acredito que depende de cada criança. 
Realmente é uma odisseia. Pretendo tirar o Diogo da atual escola por vários motivos. Por só ter Educação Infantil, pelo fato de no prédio do Ensino Fundamental, ser muito grande, ter salas cheias e a proposta ser tradicional. Mas o que mais me chateou foi o fato dessa escola nunca o ter recebido em caso de falta da sua mediadora. Ora, ela é um ser humano que pode adoecer e por isso o meu filho sempre foi penalizado, neste estabelecimento, por não ser aceito sozinho. Que inclusão é essa? 
Estes são apenas alguns exemplos dos vários. Vi de tudo nesta jornada para procurar um local onde o Diogo se sinta bem e que possa se desenvolver. Continuarei, semana que vem, a minha andança atrás de escolas. Tenho impressão que é como achar agulha num palheiro. Mas eu consegui uma única escola, consegui uma única agulha. Lá, o tratamento foi diferente das demais. Se Deus quiser, tomara que lá possa dar certo. Só temos que acertar mais claramente as questões de adaptação do currículo e da avaliação. 


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