A coisa que está mais irritando ao visitar as escolas para o Diogo, no ano que vem, é a hipocrisia em relação ao discurso dos coordenadores e diretores, quando fazemos alguns questionamentos à respeito de inclusão. Ter aluno autista matriculado na escola não indica que isso esteja ocorrendo de fato. Ontem, eu e minha mãe fomos visitar uma escola no Valqueire, que fica em uma transversal à Intendente Magalhães. Lá, solicitamos um atendimento com a coordenadora. Ela se reuniu com a psicóloga da escola para falar conosco. Comecei a conversa falando que procurávamos uma escola menor, que ele pudesse entrar no Pré II, para fazer uma adaptação, antes do Ensino Fundamental. Falei que ele tinha uma mediadora, que era uma pessoa capacitada para atuar com a pessoa autista, estava se formando em Psicologia pela PUC, era experiente, fazia um trabalho bacana com o meu filho. Quando eu perguntei como era o trabalho de inclusão da escola, a psicóloga disse que a mesma não aceitava a presença da mediadora. - "Por que?"Disse eu. - "Porque são ordens da direção". - Um absurdo, pois querem que eu troque uma pessoa que sabe fazer um trabalho adequado, por uma auxiliar de turma, que não tem nem formação para ficar com meu filho? Então eu disse: - "Não vou trocar a mediadora experiente e com formação, por uma cuidadora." Até então, a minha mãe estava calada. Foi aí que ela se manifestou: - "Vocês querem uma auxiliar para conter a criança." Nesse momento, a coordenadora balançou a cabeça que sim, não entendendo a sua ironia. Então ela completou: - "Vocês querem uma auxiliar da escola para que contido, ele não interrompa o andamento da turma. Assim, todos poderão aprender, enquanto ele, à parte, ficará na escola apenas servindo de número. Não! Não queremos isso! Vamos, Luciana, não perca tempo, gastando o seu verbo. Esta escola não serve para o Diogo". Saímos e não quisemos mais assunto com elas.
Fiquei um pouco tonta com o ocorrido, mas depois refletindo, cheguei a conclusão que esse pessoal hipócrita tem que ouvir poucas e boas mesmo. Esta farsa de pseudo inclusão tem que ser combatida. Eles precisam ouvir o que nós pais pensamos deles. A minha mãe foi ótima na sua fala. Pois ela chega junto e também sofre com essa injustiça social.
Diogo e a sua atual mediadora, Julia |
Esse é um grande problema, sofro a cada ano passa.
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